Há outra explicação para o parto prematuro e apresentação do bebé de nádegas ou pés?

 
Olá!
Pelo meio de uma leitura do livro Corpo de Mulher, Sabedoria de Mulher de Christiane Northup encontrei algo que imediatamente quis partilhar convosco:
> Como pode o parto prematuro e a apresentação do bebé de nádegas ou pés estar relacionado com/ser causado por questões emocionais?

 
O que tem o facto do bebé "querer" nascer mais cedo a ver com as emoções maternas? Será que tem alguma coisa a ver? Pois claro que tem :)
A nível biológico o que acontece é que os vasos sanguíneos uterinos são extremamente sensíveis aos efeitos do sistema nervoso simpático, que é a parte do nosso sistema nervoso central responsável pela fuga e luta (por exemplo, quando nos assustamos e a frequência cardíaca aumenta é devido à estimulação do sistema nervoso simpático). Bem como as hormonas libertadas em tensão alterarem o afluxo de sangue ao feto. Assim é fácil entender que, quando a mãe se sente ansiosa, tensa, amedrontada, para além de emocionalmente, o bebé sente fisicamente esse estado materno.
 
Um estudo feito com 64 mulheres mostrou que mulheres que sofriam de ansiedade, medo, tensão, falta de apoio por parte do parceiro, falta de auto-identificação materna, crenças negativas em relação ao parto e falta de apoio de amigos e família, anunciavam partos que necessitariam de algum tipo de intervenção obstétrica.
Assim, está provado também o contrário - resultados adversos da gravidez podem ser prevenidos com abordagens que ajudem a mulher a identificar e lidar com tensões particulares que sinta.
(Aqui está mais uma grande mais valia das doulas, ser o espelho destas mulheres mostrando as tensões e as feridas para que as possam apaziguar e curar durante a gravidez, melhorando e preparando o parto! :))
 
Em relação à posição de nádegas e pés como esta pode estar relacionada com a tensão materna?
Também é simples a explicação e é aqui que se nota tão bem a relação entre mente e corpo. Alguns dos bebés que se apresentam em posição pélvica têm causas estruturais. No entanto, há muitos para os quais não há razões clínicas conhecidas. Está comprovado que em alguns casos, a tensão sentida pela mãe, é mantida na zona inferior do corpo, na zona baixa do útero. Assim esta zona encontra-se tão tensa que o bebé não consegue dar a volta. Mais uma vez o medo, a tensão e a ansiedade activam mecanismos do sistema simpático que resultam na contracção do segmento uterino baixo.
 
Assim e depois de identificada a causa é muito mais fácil trabalhar estas questões. Não quero deixar de dizer que, assim como se comunicam automaticamente as tensões "negativas" ao bebé, também se comunicam emoções saudáveis! E mais uma vez reforço a ideia para a não culpa materna de cada vez que há tensão ou medo. Tudo isto é normal! O que é de valorizar é a relação entre as emoções e o corpo físico. Mais uma vez voltamos à autorresponsabilização e ao poder de escolher fazer diferente! :)
 
Uma mulher conectada consigo e com o seu bebé pode aprender a manter o bebé seguro, transmitindo-lhe tranquilidade, calma, bom aporte de oxigénio e sangue através de respirações poderosas e conscientes.
A chave para ajudar o bebé a dar a volta no caso de posição pélvica é ajudar a mãe a libertar a tensão do segmento inferior do útero. Isto pode ser feito através de acupunctura, respiração consciente, trabalho emocional, yoga e hipnose (Dr .Lewis Mehl demonstrou uma taxa de sucesso de hipnose de 81% - wow).
 
texto adaptado de Corpo de Mulher, Sabedoria de Mulher - Vol.II de Christiane Northup]

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