Ao contrário do que vemos nos
filmes, nem sempre o trabalho de parto começa com a ruptura evidente e eufórica
da bolsa amniótica nem com contracções envolvidas por dor.
Assim, que sinais o nosso corpo
nos dá no final da gestação para sabermos que chegou o momento do parto?
O início do trabalho de parto
varia de mulher para mulher e depende muito da duração da fase latente do parto
(fase que vai desde o início das contracções regulares até ao colo do útero
estar completamente encurtado – cerca de 3 cm de dilatação. Esta fase pode
durar até 20 horas no caso de ser o primeiro parto – nulípara, ou 14 horas no
caso da mulher ser já multípara).
Para algumas mulheres os sinais
são muito evidentes, enquanto que para outras podem ser facilmente confundidos
com algum desconforto abdominal como cólicas intestinais e flatulência ou dor
lombar. Por isto, é difícil definir exactamente quando o trabalho de parto tem
início, no entanto, há alguns eventos que podem ocorrer que nos ajudam a
perceber que algo está a acontecer e que a hora do parto está a aproximar-se.
Na verdade, o corpo da mulher vai
preparando-se para o trabalho de parto algumas semanas antes do próprio parto:
o bebé vai ficando mais baixo e encaixado, existe uma sensação de pressão no
baixo-ventre que pode ou não ser acompanhada de dor lombar e algum endurecimento
abdominal. Como saber então se o trabalho de parto está a acontecer ou não?
1. Perda
de rolhão mucoso
Normalmente a
perda do rolhão mucoso – que é uma espessa camada de muco que faz de tampão do
colo do útero durante a gravidez – acontece vários dias (ou semanas) antes do
TP e por isso não pode ser considerado como sinal evidente de TP, mas mostra,
no entanto, que o parto está para breve.
Então mulheres
grávidas a quem isto acontece, podem descansar e estar atentas. O grande
momento vem aí (mas ainda pode levar umas semanas :)) Descansem o mais que puderem, tranquilizem-se, e sejam
pacientes com o processo!
2. Perda
de líquido amniótico
Existem
diferentes formas de ruptura do saco amniótico:
> Ruptura franca – em que o líquido sai numa
golfada
> Ruptura alta – em que o líquido sai pouco a pouco,
conforme o tamanho e a localização e que humedece apenas ligeiramente a roupa
interior.
O líquido
amniótico é transparente, não tem cheiro e deixa manchas incolores na roupa. Se
houver ruptura franca, ou seja, “as águas rebentarem” é importante reparar na
hora e no aspecto do líquido – claro, com bocadinhos de sangue ou esverdeado, e
o cheiro – inodoro ou fétido. Caso o líquido esteja esverdeado ou acastanhada e
com mau cheiro é indicação para ir de URGÊNCIA para o hospital. No caso do
líquido ser “normal”, existirem movimentos fetais e não existir nenhum incómodo,
a mãe não precisa de ir a correr para o hospital, até porque estudos
disponíveis indicam que 9 em cada 10 bebés dão início ao trabalho de parto até
48 horas após a ruptura completa da bolsa. É importante também saber que o saco
amniótico pode romper antes do TP, imediatamente no início do TP, durante ou
após o parto!
3. Contracções
uterinas regulares
As contracções uterinas assemelham-se às cólicas, geralmente começam nas costas e vão estendendo-se até à barriga. As contracções uterinas servem para encurtar e abrir o cólo do útero e empurrar o bebé pelo canal de parto. Há mulheres que não sentem dor associada à contracção, mas antes endurecimento indolor da barriga. O início do TP começa com contracções suaves, com intervalos entre si de 15 a 20 minutos e duração entre 30 a 45 segundos. Com o avançar do TP as contracções vão ficando cada vez mais fortes, mais prolongadas e mais dolorosas.
As contracções uterinas assemelham-se às cólicas, geralmente começam nas costas e vão estendendo-se até à barriga. As contracções uterinas servem para encurtar e abrir o cólo do útero e empurrar o bebé pelo canal de parto. Há mulheres que não sentem dor associada à contracção, mas antes endurecimento indolor da barriga. O início do TP começa com contracções suaves, com intervalos entre si de 15 a 20 minutos e duração entre 30 a 45 segundos. Com o avançar do TP as contracções vão ficando cada vez mais fortes, mais prolongadas e mais dolorosas.
A mulher que queira ter o seu bebé na maternidade, deve dirigir-se ao hospital quando as contracções são fortes, regulares, dolorosas e frequentes – intervalos de 5 em 5 minutos e com duração de pelo menos 30 a 45 segundos.
Na fase activa do TP – fase em
que o cólo do útero já está aberto e vai dilatando até à dilatação máxima (pode
demorar 7-8 horas em nulíparas e 4-5 horas em multíparas) as contracções
ocorrem a cada 3-5 minutos e duram normalmente 45-60 segundos. Nesta fase a
anestesia atrasa o processo enquanto que a massagem, a deambulação e a mudança de
posições aceleram o processo.
Concluindo, há sinais de parto
evidentes e outros nem tanto, importa conhecê-los e estar atenta ao corpo, aos
sinais que o corpo nos dá.
O que gostava mesmo de partilhar
convosco é a tranquilidade em esperar pelo momento certo para ir para o
hospital (quando é essa a vontade da mãe) evitando ir de forma precipitada e
ansiosa porque houve algum sinal mais evidente (que pode ser, por exemplo,
contracções regulares de 10 em 10 minutos ou ruptura alta da bolsa com líquido
claro e inodor). Quando isso acontece, quando a mulher vai cedo demais para a
maternidade, podem surgir horas infindáveis de espera e de intervenções que na
verdade podiam ser evitadas com conhecimento e com ponderação.
(imagem retirada deste vídeo https://www.youtube.com/watch?v=EsNhCWsDVQI)
(adaptado do "Manual de Doulas" da Doula Maria Luísa Condeço)
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