Parto hospitalar - conhecendo os procedimentos médicos (parte II)


Ontem à noite vi o filme "O Renascimento do Parto" da Doula Érica Paula e Eduardo Chauvet e ganhei ainda mais força para fazer crescer este blog. Senti que a minha missão é ajudar os bebés a nascerem em paz, sem violência, num profundo sentimento de amor e acolhimento. Como Dr. Michel Odent diz "Para mudarmos o mundo precisamos mudar a forma como nascemos." É desta verdade que sou feita. É para isto que a minha vida existe. Estou inspirada e confiante neste caminho de ajuda ao próximo. De partilha de saber. Por escolhas plenas, conscientes e felizes :)) 

Voltando aos procedimentos hospitalares, vamos continuar a seguir a mulher, desde que entra na maternidade em início do trabalho de parto:

  • A mulher ou companheiro/a dirige-se ao balcão do hospital para dar entrada onde são pedidos todos os seus dados pessoais
  • Depois é encaminhada para outra sala onde é feita uma consulta breve - quanto tempo de gestação, algum problema durante a gestação, há quanto tempo houve rompimento da bolsa, de quanto em quanto tempo sente as contracções, etc
  • É pedido que tire a sua roupa e vista uma bata\vestido do hospital
  • É realizada Tricotomia ou depilação púbica
E depois disto é perguntado à mulher se fez em casa CLISTER ou ENEMA e é lhe oferecido caso não tenha feito.

Este nome não é assim tão estranho uma vez que é comummente pedido em alguns exames médicos, no entanto, o clister é a introdução de um líquido pelo ânus com o objectivo de fazer lavagem intestinal. É um procedimento desconfortável, que pode ser doloroso e mais uma vez aumenta a ansiedade na mãe. No hospital defendem a importância deste procedimento para evitar contaminação fecal (do bebé) e para adiantar o trabalho de parto uma vez que as contracções intestinais podem desencadear contracções uterinas.

Relativamente à contaminação é bom lembrar que a natureza é perfeita. Por que razão o bebé nasce pela vagina tão perto do ânus? O bebé dentro do útero está num ambiente estéril, completamente protegido. Assim que sai é contaminado propositadamente com as bactérias da mãe que se encontram na pele, na vagina, no ânus. É perfeito que o bebé seja contaminado com bactérias conhecidas. É a sua forma de criar auto-defesas. Pelo contrário, bebés que nascem de cesariana, em que o primeiro contacto que têm é com luvas, pinças e tesouras, têm muito maior risco de infecções.

É verdade que as contracções uterinas podem estimular o intestino e haver vontade de evacuar. No período expulsivo, com a força realizada, há também possibilidade de evacuar, neste caso involuntariamente. Por isso, para as mulheres para quem esta situação possa ser embaraçosa ou uma fonte de ansiedade, é aconselhado que façam um clister no início do trabalho de parto, em casa, antes de ir para a maternidade. Se a mulher evacuou há menos de 24 horas, não há qualquer necessidade de o fazer :)

Outra indicação para fazer clister é no caso da mulher sofrer de obstipação (prisão de ventre). Aí é aconselhado fazer uma vez que as fezes sólidas e duras no intestino podem dificultar a passagem do bebé pelo canal de parto. Não há qualquer necessidade de esperar pela chegada ao hospital para fazer este procedimento. Em casa, no conforto e na intimidade do seu lar, é mais agradável, não é? 

Podem ler mais sobre este assunto neste artigo"O uso de Enteroclisma no preparo para o parto: Análise de suas vantagens e desvantagens" 2001.
(adaptado do "Manual de Doulas" da Doula Maria Luísa Condeço)

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