Porque choram os bebés?

Escolhi para primeiro post informativo este tema porque coincide com o livro que estou a ler neste momento. Para além disso, os recém-nascidos são a minha grande paixão e por isso nada melhor do que estrear o blog com este assunto tão delicado - o choro dos bebés :)
Antes de entender as razões pelas quais os bebés choram, é importante percebermos o que é o choro do bebé.
Quando nascem, os bebés têm o reflexo do choro. Essa é a forma que a natureza arranjou para que os bebés indefesos possam atrair a nossa atenção. Assim que nascem, os bebés não precisam de saber falar nem andar para sobreviver, mas precisam de atrair a nossa atenção para serem alimentados, aquecidos, acolhidos e protegidos.



Se um coelhinho ou macaco gritar assim que nasce, a probabilidade de ser apanhado por um predador é elevada e por isso eles apenas dão pequenos gemidos para não serem ouvidos. Por outro lado, o bebé pré-histórico, sem a capacidade de gritar e se fazer ouvir, não conseguiria chamar a atenção da mãe enquanto esta estava a colher frutos ou a socializar com a restante comunidade. Como diz Dr. Harvey Karp “ … os bebés pré-históricos que sobreviveram e nos transmitiram os seus genes foram aqueles que puderam “fazer escândalo”.”
Fisiologicamente é importante também perceber a facilidade do reflexo do choro nos bebés, uma vez que requer pouca coordenação motora já que é o único som feito de forma contínua em cada respiração. Para rir, por exemplo, é preciso conciliar uma séria de sons rápidos e curtos feitos numa única respiração. (Experimentem!)

É importante também saber que quando temos um recém nascido a chorar, ele não tem consciência que nos está a chamar. Ele apenas está a expressar um desconforto que está a sentir: “Ahh, que fome!” “Que susto!!” “Está tanto frio!” Do que ele se vai apercebendo, com o passar dos meses, é que quando chora, alguém aparece para o aquietar. E isso não faz dele um ser manipulador nem “com manhas”. É entre os 6 meses e 1 ano que o bebé começa a balbuciar e aí sim, a comunicar connosco e a atrair-nos para junto dele. Até lá, o que o recém nascido precisa mesmo é de sentir que quando precisa, nós estamos lá, para ele. É desta forma que construímos um amor previsível e consistente. É exactamente neste amor incondicional, de estarmos ali quando ele precisa, que vai ser construída a relação de confiança do bebé em nós. 

Texto de Catarina Gaspar, adaptado do livro "O bebé mais feliz do pedaço" de Dr. Harvey Karp.

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